Origem das Roupas de Látex no BDSM


Recentemente Ilana Eleá entrou em contato comigo pedindo a seguinte orientação:

“Faço doutorado na PUC-Rio e estou estudando as origens do látex no universo BDSM. Estou com dificuldade de encontrar bibliografia histórica sobre o tema. Quais eram os tecidos utilizados pelos primeiros adeptos? Quando o vinil/látex passam a fazer parte do universo fetichista? Obrigada.”

Bem, o meu primeiro esclarecimento, sendo essa mais uma opinião pessoal, é a de que a roupa de latex não é a ‘roupa padrão’ do BDSM por assim dizer, mas sim faz parte do fetiche por latex, que muitos praticantes tem. E que o uso dela tanto dentro do meio BDSM quanto na mídia e filmes, a fez popular no BDSM, fazendo a parecer ‘padrão’. Até por que o BDSM é datado bem antes de sua criação.
Pois bem, eu acredito, que o uso dela, obviamente, surgiu após a criação da roupa de latex. Assim como deve ter ocorrido com o fetiche por máscaras, capas de chuva, luvas, corsets, etc… E numa suposição minha é que antes, eram usados o couro, ou então roupas pretas, assim como são usados hoje. De fato não achei muitos documentos sobre isso.

Então, curioso com essa dúvida pesquisei na internet sobre o assunto, e descobri coisas interessantes. O que será mostrado aqui não é nada conclusivo, mas sim evidências que possam responder esta dúvida. O que irei expor aqui é uma análise fetichista, e não possui intensidade de foco em considerações psicológicas, sociológicas e de moda. Lembro também que talvez algumas informações e especulações minhas possam estar erradas. Caso isto ocorra, colabore com o artigo com um comentário.

Segundo pesquisas no Wikipedia [1], as roupas fetichistas âmbito geral (ou melhor, a moda fetichista), especula-se que tenha surgido por volta de 1700 com os corsets, já que há relatos de pessoas que preferiam ver os corsets ao invés da própria pessoa.

Agora, o fetiche pelas roupas de latex, segundo especulações minhas através de pesquisas no Wikipedia [2] parece que ter iniciado após da invenção da capa de chuva, em 1824, que era feito de latex. Ele era chamado de Macintosh (a capa de chuva e não o computador 😛 ) devido ao seu criador, Charles Macintosh. Acredito que a partir daí, esse tenha sido evoluido a roupas especiais de latex.
Macintosh patenteou sua criação em 1823, e seu produto foi produzido na fábrica de sua família em Glasgow. Em 1830 a fábrica se uniu a fábrica de Thomas Hancock, em Manchester. Hancock fazia experimentos de roupas de latex desde 1819. Em 1925 a fábrica foi adquirida pela Dunloop.


Segundo o Kinkpedia [3] e Wikipedia [4] as roupas de latex se tornoaram famosas no meio fetichista por volta da década de 40 do século passado com os catsuits.
Catsuit é uma roupa skin-tight (colada ao corpo) que normalmente possui extensão pra mangas e pernas. Este tipo de roupa existem para ambos os sexos, porém é mais usado pelo sexo feminino.

E ao contrário do que possa parecer, o catsuit não tem nenhuma caracteristica com felinos. Eu tenho três especulações sobre a origem do nome:

  • O termo possa ter vindo por causa da roupa da mulher-gato, uma das vilãs da série Batman.
  • Tenha sido derivado da palavra Catwalk onde:

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    • Em uma mais “viajada” talvez tenha vindo de roupas de espiãs que aparecem em alguns filmes, em que elas se escondem em catwalks (plataforma elevada geralmente usada para conectar construções)

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    • O termo catsuits talvez possa ter originado nas passarelas de moda, chamadas de catwalk.

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    • Ou então que o catsuit, com a roupa colada ao corpo, uma mulher fique sensual e ande como uma gata, que na giria, é chamada de catwalk.

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A principal característica das roupas de latex são por serem “Skin-Tight” [5] ou “Second Skin” [6] ou seja, uma roupa que fica colada ao corpo, como uma segunda pele, pois realça a curva sexy da pessoa.
Os “Second Skins” podem ser feitos de diversos materiais, e tem as seguintes classificações:

  • Fetiche por Nylon

Material elástico, liso, algums vezes brilhante.

  • Fetiche por Spandex

Material brilhante, liso, macio e poroso.

Um exemplo de fetiche seja por causa do apelo visual da pessoa estar pelada, estando coberta apenas por uma camada de tinta. Além do estimulo visual pelo brilho e cor.

  • Fetiche por Latex

Cheiro, Brilho, A prova d’agua, liso.
Tem a mesma aplicação de fetiche de Spandex, com o mais do cheiro e a associação com brinquedos eróticos e médicos.

  • Fetiche por Couro

Brilho, liso, a prova d’agua, material de origem animal.
Associado a todas as caracteristicas acima, além da origem animal e por ser mais robusto e associação com materiais de bondade de couro.

  • Fetiche por Pelúcia

Macio, Quente, de origem animal.
O fetiche vem da associação com a pele animal, oferece calor, conforto e em alguns casos o fetiche por altavismo, que é o reaparecimanto de uma caracteristica no organismo após várias gerações em ausência.

Por fim, a minha conclusão, é que antes do surgimento do latex em roupas era usados materiais mais antigos, como o couro. Por serem usados colados ao corpo, e possuírem um sex appeal em diversos fatores, ele logo se tornou um objeto de fetiche. E conquistou diversos adeptos. Influenciando na moda, na mídia, que mais tarde se tornou “marca” no BDSM.

Máscaras Customizadas


Seguem mais dois sites Europeus interessantes que vendem máscaras de gás customizadas para Breathplay: Latexus e Rubber Protection. Elas possuem ótimas mascaras, pena que o preço é multiplicado por três…


http:// http://www.rubberprotection.com

http://www.latexus.com


Mais estereótipos…


Este video artístico, de gosto duvidoso, está no YouTube: The Morning After.

Uma baunilha acorda num porão de uma casa, junto com dois outros homens, após beber muito. O quarto está forrado de jornal, pichado com um pentagrama ou simbolo anarquista (não consegui ver direito), uma faca de cozinha na cabeceira, uma serra de metal na cama, e pedaços de corpo de boneca pendurados pelo quarto. Ela está com o braço preso, pois um dos homens está dormindo em cima. E ela, inteligentemente, decide mutilar seu braço para escapar de lá. Este quarto é muito semelhante a um quarto q vi no jogo SWAT4, onde um maníaco seqüestra garotas para sodomiza-las, mas enfim, isso é outro assunto.

Video como esse, mais estereotipado, não tem. Fiquei revoltado e enviei um comentário condenando este estereótipo. (E encorajo a todos a fazerem isso). Mas então vc me diz: “Ah, pega leve, é um filme artístico.” Mas eu digo: são estas pequenas coisas q acabam impregnando na cabeça dos baunilhas. São estas pequenas ‘brincadeiras’ que acabam ficando no inconsciente dos baunilhas e influenciando a visão deles no BDSM. E claro, tem muito baunilha ai fora que não se dá conta disso e acha q o BDSM retratado nesse vídeo é 100% fiel, grande mentira. Se queremos ser respeitados, devemos não aceitar mais esse tipo de atitude e informar os baunilhas da visão errada deles.


Comunicado


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Grato pela compreensão.

Breathplay (Parte II)


Continuando o artigo anterior, irei explicar o breathplay mais profundamente. Mas agora com a parte legal: Formas de brincar!

  • Restringindo a entrada de ar.

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Pode-se restringir a entrada de ar simplesmente tapando a boca e o nariz. Se há dificuldade em manter a boca selada, force (gentilmente) a mandíbula para que fique fechada e cubra a boca. Você também pode usar pregadores de roupa, ballgags, fitas adesivas, etc…

Pode-se também restringir a entrada de ar com outras partes do corpo, como o face sitting. Uma ótima combinação erótica, por exemplo, a sua garota restringindo o seu ar com a sua genital.

Pode-se restringir também por meio de máscaras de gás e capuzes (meus favoritos). Máscaras de gás são ótimos, pois já tem todo um sistema de entrada e saída de ar. E também pode ser facilmente desobstruído. Há ainda as máscaras e capuzes especiais de BDSM para breathplay.

Ao se usar capuz deve-se tomar cuidado se permite a respiração correta e que também dê uma boa visibilidade do bottom, para monitoramento.

  • Rebreathing ou Sufocamento

O sufocamento envolve em manter uma quantidade de ar confinada em um reservatório até o total esgotamento.

Isso pode ser feito por diversas formas, como um saco de polietileno. Ele fornece uma ótima sensação, já que fornece uma visão externa clara. Pode-se fazer também facilmente em tampar o nariz e respirar pela boca do outro até o ar acabar. Há também equipamentos especiais para isso, inclusive tubos ligados a válvulas ligadas a balões de rebreathing usados em anestesia. Há certas máscaras de gás adaptadas onde duas máscaras são conectadas entre si através de tubos em um sistema fechado (Air Sharing ou Respiração Compartilhada).

  • Estrangulamento

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É a técnica onde se restringe a traquéia pressionando dos dedos contra ela. Deve-se ter extremo cuidado com esta prática, já que pode causar danos na traquéia, por isso é extremamente recomendado saber anatomia antes de praticar.

Muitas técnicas de estrangulamento não se concentram em bloquear o oxigênio, mas sim a circulação da artéria carótida, que conduz o sangue oxigenado. A localização da carótida pode ser feita lendo manuais de primeiros socorros, pois sé uma das formas mais fáceis de verificar o pulso. No caso de um homem, localize o pomo de adão, e apalpe dos lados até o fim dele, atrás. Lá você consegue sentir o pulso. Leva apenas 15 segundos para levar a pessoa a inconsciência. (Cuidado!) Lembre-se que ao fazer isso você estará cortando o oxigênio para o cérebro e estimular receptores que causam a parada cardíaca.

  • Enforcamentowindel-hang14

Enforcamento é uma das práticas mais perigosas, pois não dá para se ter um controle seguro (se é que pode se dizer que outros são seguros). Deve se ter muito cuidado para não lesar a espinha, nervos e vasos. Nos casos de morte por Breathplay, estão em primeiro lugar em disparado o enforcamento. Em hipótese alguma pratique sozinho!


  • Compressão do Peito

É uma outra forma de breathplay, que pode ser praticado desde o uso de um corset, quanto o uso de equipamentos especiais para esta prática. No entanto deve-se ter cuidado ao pressionar para não quebrar as costelas.

  • Drogas

Existem algumas drogas que causam asfixia ou inconsciência. Esta é uma forma perigosíssima e que vai contra os princípios BDSM.

Bem, estes são os tópicos de Breathplay mais importantes. Espero ter conseguido esclarecer as duvidas sobre Breathplay. Dúvidas ou Correções de possíveis equívocos são muito bem-vindos.

Comunicado


tranalte


Está sendo testado agora no site um plugin de tradução instantânea no site. Ele ficará por um tempo para teste. Por favor, me dêem feedback!

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It’s being tested a new plugin that automatically translates the site to several languages. It’ll be avaiable for some time for testing purpoises. Feedback me, please!

Breathplay (Parte I)


A pedidos de muitos curiosos, vou explicar mais a fundo sobre o Breathplay. Lembro-lhes novamente que qualquer tentativa de praticar Breathplay ou seguir alguma coisa do que está relatado aqui é de inteira responsabilidade sua.

Breathplay, Breath Control, Asfixia Erótica ou Asfixiofilia é a prática que consiste em limitar a quantidade de oxigênio em seu cérebro, resultando em prazer. Esta prática é quase que exclusiva para os que possuem esta parafilia. Breathplay é também uma das atividades mais perigosas no BDSM e requer confiança, responsabilidade e prática. O perigo é obvio: você pode ficar inconsciente durante o breathplay com o seu ar ainda restringido. O ideal seria praticar breathplay com um dom que saiba CPR e primeiros socorros, pra minimizar o risco. Breathplay faz parte da categoria de edge play, ou seja, brincadeiras de risco, de limites. NUNCA PRATIQUE BREATHPLAY SOZINHO! SOMENTE PRATIQUE JUNTO COM PESSOAS EXPERIENTES!

Ao contrário do que muitas pessoas pensam, Snuff e Breathplay não estão relacionados. Há uma grande diferença entre os dois. Snuff é a fantasia ou ação que envolve matar ou ser morto, e isso definitivamente vai contra os princípios do BDSM. Breathplay é a fantasia de restrição de oxigênio, que não resulta em morte.

Há pessoas que dividem o Brathplay em dois tipos. O tradicional e o Novo modelo. O tradicional envolve restringir o oxigênio pura e simplesmente. O novo modelo consiste principalmente em criar um clima, um roleplay, uma condição psicológica sem precisar utilizar os métodos tradicionais. Em outras palavras (segundo meu entendimento) é simular, fazer um teatrinho.

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Praticar breathplay requer muita confiança no parceiro, e muita segurança. Nunca se deve praticar sozinho. De fato é dificil achar um parceiro para depositar a sua confiança, já que a sua vida estará em suas mãos. Você sendo Top, se algo ocorrer com seu parceiro durante o breathplay, e ele morrer, você será acusado de homicídio qualificado, até que seja provado que foi acidente, segundo amigo meu, estudante de direito.

Mas antes vamos expor os fatos fisiológicos. O nosso corpo precisa de oxigênio para fabricar energia a nossas células e se livrar do dióxido de carbono do nosso corpo. O ar fresco entra no nosso corpo pelos pulmões, se dissolvem na corrente sanguínea e retira o CO2 do nosso corpo. Obstruindo este processo faz com que rapidamente o sangue fique ácido, e faz com que o corpo entre em alerta, o que pode causar problemas. Quando o coração fica com pouco oxigênio, há chance de que as células se contraiam de forma errada, podendo causar ataque cardíaco. Obviamente a condição varia, e muito, de pessoas para pessoas. Um nadador tem muito mais condição de lidar melhor com isso do que uma pessoa obesa com asma.

Outro sintoma que pode causar nessa prática é o desmaio, que ocorre quando o cérebro recebe pouco oxigênio, com o desmaio o corpo geralmente fica na horizontal, que facilita o bombeamento de sangue para o cérebro. Os avisos que que se está pra desmaiar são: Ouvidos zunindo, e visão escura, que ocorre segundos antes de desmaiar. O um grande risco de desmaio é bater a cabeça ao cair. O desmaio é facilmente resolvido com a restauração dos níveis normais de oxigênio. Dados médicos dizem que o cérebro fique até três minutos sem nenhum oxigênio sem sofrer danos. Porém, outros médicos defendem que há um dano cumulativo após muito tempo de prática. A falta de oxigênio (seja por breathplay, altas altitudes ou apinéia) destrói os neurônios, que são as únicas celulas não-regenerativas. A destruição dos neurônios não ocorrem só por falta de ar, mas também pelo álcool, drogas, etc… Apesar de que o cérebro pode se adaptar com os poucos neurônios até um certo limite.

Há uma lenda que diz que um praticante homem de breathplay a segundos antes de morrer por enforcamento, ejacula. Dizendo então que a restrição de ar e o gozo estão relacionados, mas isso é falso! O que causa morte num enforcamento não é a falta de ar, e sim a quebra da coluna cervical, que lesa os nervos que causam a ejaculação. Apesar de que, a adrenalina e o comando do top dizendo que não conseguira ar até gozar (lembrando, isso é teatrinho), é extremamente eficaz.

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Mas daí você me diz: “Legal, vc já me botou medo no negócio. Agora, qual é a graça de tudo isso?” Bem, muitas pessoas tem prazer em ter seu ar restringido ou ser enclausurado por uma máscara ou capuz (esse sou eu ). Ele também traz a cena senso de vulnerabilidade. As combinações sensoriais são grandes, a descarga de adrenalina também dá um toque a mais.

Os Breathplayers podem sentir prazer por diversos aspectos. Pelo senso de dominação, pelo fato de usar certos equipamentos, por estar ou deixar a pessoa vulnerável, ou até mesmo pelo clima, o ‘teatrinho’ (”não vou te dar ar se não gozar antes”), etc… Varia muito de pessoa pra pessoa. No meu caso, eu chego ao climax rapidinho quando me restringem o ar. Na minha opinião a pessoa tem q realmente gostar (muito) disso.

Confira no próximo post a segunda parte explicativa do Breathplay. E lembrem-se, SSC e SafeWord sempre!